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domingo, 6 de outubro de 2013

Dados da FNF apontam superlotação em Natal, ABC pode perder até 10 mandos de campo


Natal - RN - Esportes


BAND Natal

Crianças pulam o alambrado do Frasqueirão em meio ao tumulto

Cenas de medo e desespero no Frasqueirão antes de ABC x Palmeiras

O estádio Maria Lamas Farache viveu suas piores horas em pouco mais de sete anos de existência no último sábado. Fundado em 22 de janeiro de 2006 (empate por 1 a 1 com o Alecrim), o Frasqueirão, como é conhecido, esteve próximo de ser palco de uma tragédia minutos antes de a bola rolar para ABC, o time da casa, e o Palmeiras, pela Série B. Um tumulto causado por uma possível superlotação imprensou torcedores contra o alambrado, e algumas pessoas – incluindo crianças aos prantos – tiveram que saltar para o gramado para evitar ferimentos mais graves.




Além das imagens e os indícios verificados por homens da Polícia Militar no local, os números apontam para uma superlotação do estádio.

O público total da partida divulgado foi de 15.636 pessoas no sábado. Segundo o site do ABC, o Frasqueirão pode receber até 18 mil pessoas.

No entanto, de acordo com informações do site da Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol, o estádio comporta bem menos: 15.082 torcedores, número inferior aos 15.636 presentes e aos 16 mil ingressos colocados à venda, segundo o próprio ABC.

Site da FNF com a ficha do Frasqueirão
Site da FNF com a ficha do Frasqueirão - Foto: Reprodução/www.fnf.org.br

 presidente do ABC, Rubens Guilherme Dantas, negou antes da partida que houvesse superlotação, mas foi evasivo ao falar sobre a carga colocada à venda. O dirigente ainda culpou o planejamento da PM. “O contingente da PM não está adequado e retardou a entrada das pessoas”, disse o cartola.

Cenas de medo e desespero no Frasqueirão antes de ABC x Palmeiras

Multa e perda de mando de campo

O árbitro do jogo, Marcos Andre Gomes da Penha, relatou em súmula que as pessoas que escaparam do tumulto disseram correr “risco de morte”. O tumulto, segundo o juiz, causou o atraso de 34 minutos no início da partida.

“Houve atraso de 34 (trinta e quatro) minutos no inicio da partida, tendo em vista que, pouco antes do horário previsto para início do jogo, várias pessoas do público, incluindo crianças, começaram a pular o alambrado e, consequentemente, adentrar no campo de jogo, alegando que estavam sendo espremidas e correndo risco de morte, face a quantidade elevada de público presente”, escreveu o árbitro na súmula.

Caso haja denúncia da procuradoria do STJD, o ABC pode ser enquadrado no artigo 206 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que fala sobre “dar causa ao atraso do início da realização de partida, prova ou equivalente, ou deixar de apresentar a sua equipe em campo até a hora marcada para o início ou reinício da partida, prova ou equivalente”

A pena prevista é de R$ 100 até R$ 1.000 por minuto de atraso. Com isso, o ABC poderia ser multado em até R$ 34 mil.

O STJD pode entender ainda que o ABC infringiu o artigo 213 (“Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir: I - desordens em sua praça de desporto; II - invasão do campo ou local da disputa do evento desportivo; III - lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo”). A pena neste caso pode ser severa, com multa de até R$ 100 mil e perda de até 10 mandos de campo.

Este era um dos temores do técnico Roberto Fernandes antes do início da partida. Questionado sobre uma possível superlotação, apontada pelo Capitão Albuquerque, comandante da polícia na partida, o treinador, que luta para não ser rebaixado com o ABC, descartou a hipótese.

“Respeito a opinião do capitão, até porque é um especialista. Mas não concordo. Tem espaço nas cadeiras, do outro lado. Faltou uma sinalização e comunicação melhores”, disse Fernandes.


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