Não julgue ninguém pela aparência sem antes, ter a plena certeza de ter visto Deus pessoalmente.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Wilma culpa o voto casado e a imprensa pela sua derrota


Principal personagem da coligação “Vitória do Povo”, a ex-governadora

Wilma de Faria, depois de uma breve quarentena, concedeu três entrevistas para fazer suas avaliações sobre o resultado adverso para suas cores. 

 s 25 anos (três mandatos de Prefeita de Natal, dois de Governadora do Estado), as situações adversas sempre terminam terceirizadas.

Inclusive, a derrota (por 308.532  votos) nas urnas de 3 de outubro.  Na avaliação da ex-governadora são dois culpados pela sua derrota eleitoral: 1 – O voto casado; 2 – A imprensa, que não divulgou os pontos positivos do seu segundo mandato.

Vamos por partes. O voto casado não pode se visto como causa, mas como  consequência. 

E não adianta buscar outras explicações, senão uma escolha premeditada de um caminho a ser seguido na última campanha. E Wilma pavimentou essa estrada desde que conseguiu se reeleger governadora e tratou de preparar  sua candidatura ao Senado, aliás, como fizeram – com êxito – seus  três antecessores..

Wilma começou por atrair prefeitos de todos os partidos e exigir deles compromisso de um voto (um único voto) para o Senado. 

Consciente – ou não – se preparava para repetir na eleição, a estratégia política que deu muito certo nas campanhas anteriores.

Sobretudo depois do insucesso na tentativa  de isolar José Agripino – responsável por seu ingresso na política – transformado no inimigo a ser exterminado, como determinara o presidente Lula.

Sem se comprometer diretamente, Wilma mantinha interlocutores com o próprio Agripino enquanto tentava atrair Garibaldi, seu adversário na última eleição para o Governo, mesmo com a rejeição explícita do eleitorado de Natal (enquanto Garibaldi entendia o recado das ruas e tomava a decisão de se afastar dela).

Para quem havia se habituado a trocar de parceiro a cada eleição, nada como apostar no rompimento do casamento dos adversários, dobrando, ora com Agripino, ora com Garibaldi, e disparando no primeiro lugar; aliás como ocorreu nessa eleição em todos os Estados onde tinha um candidato que havia renunciado ao Governo.
Lealdade, confiança e fi delidade são bases dos casamentos, inclusive os casamentos políticos.  Mas, a Wilma faltava credibilidade para conquistar um parceiro competitivo diante dos dois Senadores, que haviam se entendido na divisão do mesmo palanque, com Rosalba Ciarlini, que já tinha colocado seu bloco na rua.

Restou à ex-governadora a busca de um candidato de pouca expressão eleitoral (para não dizer “laranja”) e lhe deixar livre e compor – por debaixo do pano – com os adversários; um de cada vez, dependendo do cenário municipal.

Os primeiros passos de Wilma indicavam uma campanha solo. A Hugo Manso,  na fase inicial, não se garantia nem lugar nos palanques.

Ai entrou a história do voto casado. Rosa, Gari e Jajá compreenderam que  o caminho mais fácil para a vitória de cada um era  uma campanha comum aos três. Sobretudo os dois Senadores, que resistiam às tentações da infidelidade eleitoral, oferecidas em inúmeras oportunidades e por diferentes mensageiros.

Quem não buscou um companheiro com voto (qualquer um) que pudesse  ameaçar sua própria eleição, o jeito foi sacramentar o casamento de conveniência com Hugo a quem quase não ofereceu nenhum apoio de chefi a nos 167 municípios, onde foi votada ou com Agripino ou com Garibaldi.

Dessa forma não tinha como casar o voto com seu companheiro. “Enquanto a gente arranjava um voto, eles tinham dois”. Então já era tarde e a eleição estava perdida. A “culpa de imprensa” vale outro comentário. Amanhã.
Do Novo Jornal

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