Brasil - Politica.
Fonte: O Globo
“Papo reto? Eu e ninguém
esperávamos essa reviravolta”. Assim o presidente do PSDB e presidenciável,
Aécio Neves(MG), reagiu ao anúncio da criação da chapa Eduardo Campos (PSB) e
Marina Silva (Rede). De Nova Iorque, onde participa de um seminário com investidores
estrangeiros, Aécio disse estar "gostando do jogo" e que, apesar de
achar que o PSDB tem as melhores propostas e melhores palanques, ele tem que
torcer para fortalecer a oposição para chegar lá na frente.
— Acho a novidade extremamente
positiva. Quem comemorou a derrota da não criação da Rede é que tem que se
preocupar. Cada vez mais as oposições colocam como objetivo maior se unir para
encerrar o ciclo perverso do PT no Governo. Nós nos aproximamos nesse propósito
do antagonismo a esse modelo que está aí — comentou Aécio Neves.
No PSDB, a avaliação é que, com a
nova chapa, os quase 20 milhões de votos do capital eleitoral de Marina ficam
na oposição, e não vai se dividir, como aconteceu em 2010, no segundo turno das
eleições, onde seus votos foram para Dilma Rousseff e José Serra.
Na avaliação do próprio Aécio,
com essa coligação, os votos ficam "do lado de cá " da oposição.
Outra avaliação é que, frustrado,
o presidente do PPS, Roberto Freire, poderá voltar a se aproximar do PSDB, com
quem tem coligações em vários estados para a eleição proporcional. Aécio vai
procurar Freire assim que retornar ao Brasil. Os tucanos consideram que, num
primeiro momento, Eduardo Campos vai faturar com a aliança com Marina, mas a
médio prazo, será muito pressionado se não crescer nas pesquisas de intenção de
votos e Marina continuar num patamar muito alto. Se isso acontecer, avaliam, as
cobranças serão fortes para que Marina, e não ele, seja o candidato a
presidente.
Em nota, a presidência do PSDB,
que tem Aécio à frente, disse considerar que a decisão da ex-senadora de se
manter em condições de participar das eleições de 2014, filiando-se ao PSB, “é
importante conquista do Brasil democrático”.
“É também uma reposta às ações
autoritárias do PT, especialmente aos membros do partido que chegaram a
comemorar antecipadamente a exclusão da ex-senadora do quadro eleitoral do
próximo ano, com a impossibilidade de criação da Rede”, segue a nota.
O PSDB afirmou, ainda, acreditar
que a presença de Marina Silva no pleito “fortalece o campo político das
oposições e contribui para o debate de ideias e propostas”.
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