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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Força-tarefa inicia trabalho contra o crime em Macaíba

Macaíba-RN-Policial.

 

O primeiro dia de trabalho de uma força tarefa da Polícia Militar do Rio Grande do Norte para atuar no município de Macaíba, onde este ano já houve 79 assassinatos, “não resultou na prisão de nenhuma pessoa” da noite para a madrugada de ontem, informou o comandante do 11º Batalhão da PM, coronel Josimar de Lima.  


Já com a posse do novo delegado de Polícia Civil, Normando Feitosa, ele disse que espera, a partir desta segunda-feira montar o cronograma de blitz nos horários de maior ocorrência de crimes, como assaltos e homicídios, a partir do anoitecer.

Josimar de Lima diz que hoje, em Macaíba, existem pelo menos 13 favelas na periferia da cidade, tidas como as áreas mais violentas, além dos bairros e comunidades Alto da Raiz, Campo das Mangueiras, Vilar, Vila São José e ainda no distrito de Mangabeira, que ele considera uma área de risco, “por se situar nos limites de Macaíba com a capital” e, principalmente, ser vizinho aos Guarapes e Planaltos, que servem de rota de fuga para a bandidagem.

O coronel Lima estima, em virtude da sua experiência no combate à criminalidade, que mais de 90% dos homicídios ocorrem em consequência do tráfico de drogas, pois, geralmente, “quem compra e não paga droga, morre”, porque alguém vai cobrar por isso.

Segundo Lima, o 11º Batalhão da PM é sediado em Macaíba e ainda tem sob o seu comando os policiamentos dos municípios de São Gonçalo do Amarante, Extremoz, Vera Cruz e Ceará Mirim: “A gente responde por 60% da Região Metropolitana de Natal”.

Lima acrescenta que, atualmente, o 11ºBPM conta com 310 policiais, entre praças e oficiais, mas na sede são 68 homens, o que corresponde a 2,19% do efetivo do batalhão. Segundo ele, a realização da força de tarefa de 30 dias, como determinou a governadora Rosalba Ciarlini, na quinta-feira (10), é importante porque o 11º BPM “ganha o reforço da Rocam, Polícias Ambiental e de Trânsito e Batalhão de Choque”. Ao fim desse período, a Polícia Militar fará um balanço das operações.

Já da noite da sexta para a madrugada de ontem, pelo menos 120 praças e oficiais da PM iniciaram a operação “pente fino” em Macaíba, a qual continuaria pela noite do sábado, com uma suspensão hoje e a continuação a partir de amanhã. “Com o fim da greve da Polícia Civil, agora será possível se fazer um trabalho de investigação e de inteligência para a elucidação dos crimes”, disse o comandante da PM-RN, coronel Francisco Araújo Silva a respeito da contribuição que a Polícia Civil poderá oferecer a força tarefa da Segurança Pública do Estado.

O comerciante Jussier Francisco de Oliveira disse que nasceu e mora em Macaíba há 29 anos, mas acha que o crescimento populacional e econômico da cidade não seja o fator principal para o aumento da criminalidade: “Falta é policiamento, aqui se faz uma blitz dois ou três dias e depois não se faz mais”.

Para Jussier Oliveira, o que precisa é “policiamento nas ruas, não adiantar um força tarefa agora e depois desaparecer, aqui, se tem três viaturas, uma está quebrada”.

Dono de uma lotação que faz a linha Macaíba a Canabrava, distrito situado depois da Escola Agrícola de Jundiaí, Elias Silva Costa, diz que, proporcionalmente, a violência em Macaíba, onde mora há só quatro anos, “é muito maior que em São Paulo, onde não tenho medo de sair a qualquer hora e morei mais de 20 anos”.

Elias Costa que assalto a lotação não tem conhecimento de que tenha ocorrido nesse tempo todo que trabalha transportando moradores da zona rural para a cidade e vice e versa. “A gente sabe de assaltos que ocorrem com as pessoas, no caminho, aqui se rouba três ou quatro motos por semana”. Fora isso, Costa só lamenta que quando tem de usar o  telefone 190, “a gente só falta cansar os dedos de discar o número e ninguém atende”.

Ontem de manhã, na feira livre de Macaíba, a aparente tranquilidade foi quebrada por ladrão, que roubou um celular de dentro de uma bolsa de uma descuidada senhora que transitava entre as barracas. O ladrão foi preso por um soldado da PM.

Tribuna do Norte

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