Não julgue ninguém pela aparência sem antes, ter a plena certeza de ter visto Deus pessoalmente.

domingo, 19 de junho de 2011

Profissionais de segurança têm direito de promover suas marchas?

Brasil.

A liberação da Marcha da Maconha, pelo STF, abriu margem para onda de manifestações em todo o país. Em Curitiba, a turma se reuniu para protestar contra o uso de drogas. Em Fortaleza, a ‘Liberdade’ foi o lema para uma marcha nesse sábado (18) e até as ‘vadias’ resolveram marchar também, em Brasília.

Segundo o STF, trata-se do sagrado “direito de manifestação do pensamento”. E de acordo com o bom direito, se um tem, todos devem tê-lo também. E é aí onde começa o problema.

Todo mundo sabe que mobilizações como estas atraem uma grande quantidade de pessoas, cada uma com suas interpretações sobre o que é “direito de manifestação”.

Uns querem gritar e expressar sua opinião. Outros resolvem se exaltar e invadir terrenos que, a princípio, não foi o combinado para o movimento. A polícia entra em cena, e a confusão se instala.

Como se não bastassem as inúmeras dificuldades impostas aos profissionais da segurança pública, agora, graças à parceria ‘maconheiros’-STF, os policiais devem saber, com a precisão de um matemático, a distância entre direito de expressão e baderna escancarada.

Tipo: numa turma de 50 pessoas, 35 defendem “vamos discutir a legalização da maconha!”, enquanto que os outros 15 gritam “fume maconha; é bom!” Ou seja: os policiais devem ter a exata noção do que é sugestão e apologia. Sob pena de cometerem algum “abuso de poder”, responder a processos judiciais (sacrificando seu já minguado salário) e, de quebra, sair na imprensa como ‘arrogantes e despreparados’.

Já que a coisa virou bagunça mesmo, podemos até prever o que se passa na cabeça de cada policial convocado para missões desse tipo: “só vou agir se for realmente necessário. Se não tiver sangue nem vidro quebrado, pode deixar rolar. Do pescoço pra baixo é canela”. Não é para menos.

“Peito de Aço”

Já que todo mundo pode ‘marchar’ agora, bem que poderíamos idealizar a “Marcha pelo peito de aço”. É que agentes penitenciários neste país, por exemplo, não usufruem do sagrado direito de usar um colete à prova de balas. É só um exemplo. Seriam necessários seis meses de marcha só para esta categoria.

“Bola de Cristal”

Outra marcha bem interessante no Brasil poderia ser executada pela Polícia Civil. Se a sociedade quer que os crimes sejam desvendados sem as mínimas condições estruturais e de efetivo, só se for com a famosa ‘bola de cristal’. Assim, não teria mote melhor para uma “manifestação do pensamento” em pleno centro da cidade.

“Marcha pelo direito de marcha”

E o que dizer de PMs e bombeiros? Estes, antes de pensar num tema específico, deveriam primeiro marchar pelo “direito de marchar”. É que o militarismo no Brasil ainda não vê com bons olhos seus soldados [que também são cidadãos e pais de família] sequer pensar em marchar pelas ruas (a não ser nos “7 de Setembro” da vida...).

Direito é direito

Se vale pra uns, deve valer para todos. É assim que reza a tão sonhada democracia plena. Será se vão barrar as marchas que clamam pela boa segurança pública para o país?
Fonte: Força Tática






























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